segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Passeava numa tarde cinza
por entre escombros e pedaços
de objetos quebrados
Caminhava lentamente
atentando às lembranças
e significados
que outrora foram tão intensos
e verdadeiros
que um dia estiveram inteiros.

Do que um dia tivera vida,
fora colorido,
naquela tarde só restava tons de cinza.

E caminhou, suportou toda aquela tristeza
aceitou o lugar de cada coisa
deixou cinza o que tinha de ser.
Chegou em casa, abriu a porta
ergueu a cabeça
e sorriu.
Havia um girassol no canto da janela
e um Amor a sua espera,
colorido e ávido por luz.
Um par de olhos disse o que ela precisava ouvir
Um sorriso a abraçou.
E então ela resolveu: Deixa colorido o que tem de ser.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Olhos a postos...
Era assim: raio incidente sobre mim.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Razão de Ser (Paulo Leminski)

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece,
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?

Paulo Leminski