domingo, 18 de maio de 2014

Feveiragem

O amor encaixa os corpos
Eu sinto novamente o encaixe
Sinto meu corpo pedindo o dele
Pra juntos formarmos um só.
Sinto seu cheiro entranhado em minha pele,
mas isso pode ser justificado facilmente pelo contato recente.
O que não é tão fácil justificar:
Nossos corpos como duas mãos, apoiadas pela palma uma da outra,
mãos tão sintonizadas como se pertencentes a um mesmo corpo.
Uma sensação de que em melhor lugar não se poderia estar
senão ao lado dele
na cama, no sofá, no chão, na grama do aterro ou numa expedição pra Lua.

Para quem pensa ter perdido esse encaixe,
Espere até o próximo amor chegar.

Como pode UMA criatura ser tão dona do corpo de outra?

Há os que se protegem das palavras
E esses são benditos.
Passeiam pelo limiar entre o amor e o ódio,
Mas nada foi pregado para lhes prender
Estão livres, ainda que incertos.
Eu devia aprender com eles.
Devia aprender.
Ainda há tanto a se aprender...

Sinto perdas,
Sinto por elas.
Mas eu não sei, tenho medo de engasgar.
Digo as palavras erradas.

Ultimamente, meus pensamentos têm vindo ao escovar os dentes.
Isso é estranho; nunca acontecera.