sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

De tempo ruim
passará à bem aventurança
De angústia
Tornar-se-á felicidade
Sorrisos, leve tez
O corpo
será então satisfeito
e a mente
tranquilamente
acalentada
Não mais sentirá indiferença
Não mais se distanciará
Não tão cedo
O mundo vai voltar
a ser colorido

Pesadelo

"Eu encontrei". "Está em você". "O erro"
"Assim não dá"
"Não posso fazer nada quanto à sua tristeza"
"É você quem tem que decidir por ela"
"Mas a minha..." "É você". "Não dá".

Sinto um turbilhão. Vejo tudo branco, mas vazio
O erro. O conserto. A falha. O ciclo.
A tristeza... TRISTEZA! Tristeza.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O amor é tão corajoso, não acha?

(4Jan14)

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O dia acordou cinza
E a chuva tentou dizer algo com toda sua força
Eu juntei meus caquinhos e saí
Deixando o sorriso embaixo do travesseiro
Desde a última noite.
Quero que sumam todos
Que mudos e sem expressão
me dêem as costas.

Quero que saiam
Me abandonem.

Quero o vazio onde minhas lágrimas ecoem
E que o som de seu gotejar
me conforte, me abrace.

Não quero calor. Não mais!

Quero minha consciência menos absurda
e mais modesta
Sem gritos ao se desapegar
do que não pôde ser seu.

Quero que as emoções
sejam varridas para baixo do tapete
E que a dor vá junto.

Eu não me importo
Quero secar
Quero ser esquecida
Sentir-me sumida
E talvez menos doida

De resto, apenas o que eu puder me dar
Não aceitarei o que for oferecido
Nem um café, nem um amor
Eles terminam por fazer mal
(...)
Terminam alheios a outras necessidades
Não são autossuficientes?
Que horror!

2 de Novembro

Na frente do espelho
Os olhos que viam apenas reflexos
De repente,
saltam para dentro.
E aparecem molhados
Ao nos ver tão juntos.

Eu diria saudade
Que de súbito impacta
E transborda.
Que num momento
Dribla os planos de controle
E inesperadamente
chega para me banhar.

Eu já disse
Aquele prato é você
Aquele canto de parede é você
O meu perfume é você
O sabor da minha boca...
É você.
Até minha roupa de dormir é você

Então, você é a fuga
que meu sistema protetor
tenta evitar
Como forma de me manter sã.
Mas é tão arrebatador
E eu já estou rendida.
Eu aceito você
Com todas as lágrimas e risos.

Eu aceito o tempo.
Já havia aceitado há tanto,,,

domingo, 19 de outubro de 2014

Oração dos 487 Dias

Que eu te conheça por inteiro e que seja tua melhor amiga
Que te absorva exatamente como és
ou o mais próximo que eu conseguir chegar
Que tenha sempre tua sinceridade ao meu lado
e que eu possa te dar tudo isso em troca

Com simplicidade e força.

Que a gente preserve todo o nosso amor como uma joia
guardada ou em uso
mas sempre bem cuidada.

Eu te desejo como presente eterno
em todos os meus aniversários,
no lugar que você achar de dever ocupar.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Anúncio

Quando tomei a liberdade de escrever
(E com isso quero me referir ao que publico)
Assinei um contrato ideal com a coragem
E me apartei de todo o temor
que um dia pensou em se aproximar.

Escrevo o que sinto
O que me toma de súbito
Mas também o que se constrói palavra por palavra
São encaixes promovidos por meus olhos
por meus pés e minhas mãos
Pelo que entendo de linguagem         sensível.
Escrevo amores e mágoas

Escrevo porque sou apaixonada pelo que há de mais profundo.
Se eu gostasse de café, tomaria dos mais fortes.
Gosto do que é intenso, concentrado
Se for pra cortar a carne, faça isso com precisão, vá fundo.
Pra arder, tem de valer a pena.

Escrevo porque preciso também
Porque busco e me atraio pelo que não há em mim
ou pelo que sinto vontade de ser.
Uns dizem hipocrisia, eu não sei.
Talvez uma personagem
tal como tento reproduzir quereres em ações.

Sou contradição.

Às vezes, fracasso.
Mas fracasso também ao não escrever
Não arriscar, não me pregar às palavras, fechar os olhos, deixar a vida passar
Quão insosso!

Quero é dizer, que tentarei dar por passado o tento da insipidez
Que escreverei novamente tudo o que quiser
Realidades e fantasias, tempos de brisa e ventanias
E que meu café voltará a parecer forte
porque dentro de mim, assim ele sempre foi

Quero, pois, anunciar ao que ainda dorme dentro de mim
Levanta, Pinheiro!
És força, essência e existência. Acha-te!
Se doer, grite! Faça das palavras sua arma contra o que for.




domingo, 27 de julho de 2014

Rascunho junino

Era apegada aos detalhes
E em cada canto deixava os seus
Servia, pedaço de ser, como sinceridade
aos olhos dos dispostos.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Das Dores Sentidas

Cifre seu amor, ponha códigos
Se perdê-lo, ninguém saberá que estás a falar da enorme dor que sentes
E, se não puderes chorar quando os olhos se encherem, 
finja que as lágrimas não são tuas, não são dela
finja que não viveram, não se conheceram
nada dividiram.
Passe para trás toda a vontade que sentiu de transformar dois em um,
em três.
Os contratempos te justificarão, te salvarão.
Serás como sempre, bom e correto, sem segredos.
Das dores sentidas, faremos trabalho e rotina.
Até logo.

domingo, 18 de maio de 2014

Feveiragem

O amor encaixa os corpos
Eu sinto novamente o encaixe
Sinto meu corpo pedindo o dele
Pra juntos formarmos um só.
Sinto seu cheiro entranhado em minha pele,
mas isso pode ser justificado facilmente pelo contato recente.
O que não é tão fácil justificar:
Nossos corpos como duas mãos, apoiadas pela palma uma da outra,
mãos tão sintonizadas como se pertencentes a um mesmo corpo.
Uma sensação de que em melhor lugar não se poderia estar
senão ao lado dele
na cama, no sofá, no chão, na grama do aterro ou numa expedição pra Lua.

Para quem pensa ter perdido esse encaixe,
Espere até o próximo amor chegar.

Como pode UMA criatura ser tão dona do corpo de outra?

Há os que se protegem das palavras
E esses são benditos.
Passeiam pelo limiar entre o amor e o ódio,
Mas nada foi pregado para lhes prender
Estão livres, ainda que incertos.
Eu devia aprender com eles.
Devia aprender.
Ainda há tanto a se aprender...

Sinto perdas,
Sinto por elas.
Mas eu não sei, tenho medo de engasgar.
Digo as palavras erradas.

Ultimamente, meus pensamentos têm vindo ao escovar os dentes.
Isso é estranho; nunca acontecera.

domingo, 16 de março de 2014

Estou a um passo, sempre, de falar com ele
De contar, em seus braços, que desisti de desistir
De abster-me da saudade e me refugiar com ele

Quem me dera... acordar desse pesadelo.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

A

Falo coisas desconexas, todos percebem
Sinto falta dos teus braços
Mastigo a dor que me toma o estômago
Contento o frêmito inquilino
E a solução é o que mais desejo como bebida
Para curar esse cansaço cortante.

Talvez
Essa noite
Um anjo desça dos céus...
Talvez
A solução se mostre
E a tranquilidade se apresente.
Ela criou uma imagem
e me contou que será forte
Contou que lhe contaram
Na vida acontecer apenas
o que tem que acontecer.
Ela sabe que amor não se perde de qualquer forma
E me pareceu muito sensata
Embora lágrimas escorressem por seu rosto.
Da altura de seus fortes olhos castanhos
Eu vi encher-se uma represa
E não sei o que atingiu a fortaleza de suas ideias
Mas fez a menina desabar num choro infantil.
E eu não pude deixar de abraçá-la.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Carta de um espírito em comunhão

Estas são as palavras do homem
que me devota Amor
(em segredo)...

"Foi assim
Ela chegou e desfez os planos mais sólidos, mais elaborados
Arrasou as certezas. Uma por uma...
Semeou o desejo onde havia calmaria,
Agitou as células mais recônditas,
Libertou os pensamentos mais escondidos,
Trouxe vida!
Lançou luz e confusão
Deu-me de beber da paz e do tormento
Derramou a sua beleza sobre mim
E eu me senti vivo.
Tomou-me a serenidade, é verdade, mas eu não ligo...
Se estou louco, é loucura de amor, e isso se perdoa...
Sofro sonhando com o dia em que poderei trombetear:
estou louco!, estou louco!
Louco de amor por ela, ainda que em segredo...
O mais doce dos segredos..."

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Independente

Foi isso o que eu disse.
Se trata de algo imenso e independente.
Vai sobreviver.
Não está preso às condições, às contradições ou ao necessário presente.
Queria poder prever, direcionar, arrumar como livros em prateleiras...
Cuidar para que viva.
Mas foge a isso.
Escapa aos limites que tento impor
para, assim, dominá-lo.
É independente... Será independente...
O meu amor tem esse jeito
Manso e feroz,
Leve e pesado.
O meu amor eu dividi com você.
O seu amor eu pude provar
e tem um gosto bom,
é forte. Eu gosto.
Se, como eu creio, juntamos isso...
Não pode haver algo tão ruim que o separe.
Eu quero levá-lo independentemente...
Sabe? Aqueles problemas, aqueles desencaixes, aqueles ciúmes e passos tortos...
Quem sabe o dia de amanhã?
Quem sabe a força da correnteza até ser levado por ela?
Mas vai sobreviver. Independentemente.
Quero dizer que isso que a gente deixou se criar vai andar comigo, eu vou guardá-lo.
Vou alimentá-lo da forma mais bonita...
Acho que estou preparada pra isso...
Pra cuidar de um ser independente.
Será isso o amor?
Independente...

sábado, 4 de janeiro de 2014

E se eu desenhasse você?

Poderia, de agora em diante,
quando palavras me faltassem,
desenhar.
Desenharia todo seu rosto, seus lindos olhos
Desenharia uma menina pequena refletindo nesses olhos.
Ao lembrar das palavras bonitas
que posso escrever, afasto os maus pensamentos
Sinto todo o amor que trago no peito
e que é seu.
Vou aprender
Desenhar você.

Descobri o quão solto, leve e intenso isso pode ser.
Aprendi que é possível viver bem em meio a contradições.
Mas, se não escrevo, tudo escurece
e o laço bonito se torna um nó apertado,
sufocado... Sinto falta de ar.

Pois, deixe-me escrever
a mais simples palavra,
o traço mais comum...
Ainda preciso virar fruta madura e cair do pé,
desprender o que for mal estar,
enxergar o verdadeiro sentimento...
que me é oferecido todo dia, ao acordar.
(27 de dezembro de 2013)

Acompanhei os trilhos do trem com minha insônia
O sol molhava
E de tão molhada fez-se uma goteira no canto da sala
Lugar claro, mas não menos ativo
Criativo.
Quadros.
Há sintonia entre corpos distantes.