quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Controle Remoto


Alguém pode, por favor, me dizer o que eu quero, afinal?
Sabe, eu sinto saudade do meu avô?
Boêmio, experiente, dono de um coração bacana.
Um cara tranquilo, amante da História e casado com minha avó.
É pena que as pessoas não possam acompanhar o seu caminho. Elas te deixam antes do fim.
(Mesmo com toda admiração, em verdade, eu nunca soube bem o que se passava naquela mente.)
Enquanto surto com crises egoístas, lembro das cantigas que pus-me a dividir com ele.
(Era tão divertido e simples. Só cantarolar, sem se preocupar com a afinação, e rir.)
Um pedido de atenção não combina com a insensibilidade aplicada.
Quando vou, quero já voltar. Mas se volto, penso que seria melhor ter ficado.
Oras! Nunca vou estar certa do que quero? Que porcaria é essa?
Ah, é a minha vida? E eu fiz dela o que quis?
Eu não tinha percebido...
Mania feia, essa, de arrumar sempre em quem por a culpa.

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