quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Relapso

Eu ando pela casa,
escorrego as mãos pesadas pelo rosto,
desligo a TV.
Estou tentando
Estou tentando

Encho o copo com uma dose,
ando mais um pouco
O copo está vazio
Eu estou vazia
Não. Eu estou cheia, mas queria estar vazia

Eu não quero lembrar, mas eu lembro
Eu lembro porque eu quero lembrar,
porque é bom
Mas, se é bom, por que dói?

Estou sentada
As mãos apoiam meu rosto
A maquiagem mancha minhas lágrimas
Acendo um cigarro, agarro meus joelhos
O silêncio me convence de que não há resposta.

O telefone? Não.
A campainha? Não.
Não adianta
Não há nada por aqui, além de mim.

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